Maria Antonieta usava All Star e ouvia The Cure e New Order
Pois é. A rainha que perdeu a cabeça na Revolução Francesa era mesmo muito pop. É mais ou menos isso que vem a nossa cabeça quando vemos a lendária Marie Antoinette se comportando como uma jovem comum, correndo pelos jardins do Palácio de Versailles, bebendo, jogando, comendo doces, fofocando e flertando como uma garota de hoje. Essa visão inquietou um pouco a crítica francesa, que óbvio, estranhou o trabalho da diretora Sofia Coppola e a sua fixação no olhar da jovem Delfina de origem austríaca sobre os modos extravagantes da corte para a qual foi levada com apenas 14 anos.
E é nela, só e unicamente, que a diretora se centra. Esqueça a história oficial de Maria Antonieta, porque nesse filme é a alma dela que está sendo mostrada, e como em seus filmes anteriores - As Virgens Suicidas e Encontros e Desencontros – Sofia Coppola procurou vasculhar os sentimentos de seus personagens até encontrar solidão e infelicidade, algo que no caso da rainha pode parecer incompatível com a sua beleza e riqueza.
Kirsten Dunst, que já trabalhou com Sofia em As Virgens Suicidas, parece a encarnação da própria Maria Antonieta, evoluindo de forma bastante convincente da adolescente frustrada com a falta de interesse sexual do marido (e a conseqüente incapacidade de gerar herdeiros) e a opressão da corte francesa.
Esqueça também a sua visão tradicional de filmes de época. Tradicionalismo é algo pouco aplicável a Maria Antonieta. O filme está mais pra videoclipe que para Barry Lindon, e com o filme de Stanley Kubrick é semelhante apenas no figurino suntuoso, premiado com o Oscar e criado também por Milena Canonero. A trilha sonora também serve para “refrescar”. Mais moderna impossível: The Strokes, The Cure e New Order, tudo bem anos 80, mesmo que não seja cronologicamente possível em alguns casos. O par de tênis All Star que aparece no meio dos sapatos criados por Manolo Blahnik – que ficou famoso depois que suas criações apareceram na série Sex and the City – também é digno de nota, uma “pegadinha” que pode passar despercebida aos olhos menos atenciosos. E por falar em atenção pode gravar o nome de Sofia Coppola, não apenas pelo fato de ela ser filha de Francis Ford Coppola. A moça é realmente muito original.
quinta-feira, 13 de setembro de 2007
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7 comentários:
Uia!
Vou inaugurar os comentários. Nao assiti ainda, estou um pouco ilhado do mundo do cinema, mas valeu a dica.
Só conheço Sofia Coppola (como diretora) por "Lost In Translation" que vi ano passado. Se ela segue mais ou menos o mesmo caminho entao "Maria Antonieta" deve ser muito bom.
Beijao Ana.
Long Life to the blog ;)
Inté!
ssisti esse filme, parece interessante. Assisti Barry Lyndon e adorei a iluminação natural, nos levando a uma sensação do que seria naquele tempo, entre outras coisas
Muito interessante um blog de cinema.
Vale a pena investir.
Sucesso!
Pelo que sei seu conteúdo sobre cinema é vasto.
E gostei do texto espero ver mais.
Bjs.
Nossa adooooooooooooreeeei isso aqui.
Demorou heim mocinha =D
Com toda certeza irei passar por aqui muitas vezes e aproveitarei todas dicas.
bjs lindona.
Parab�ns, Ana!
Muito bom o seu texto. Quanto ao filme ele passa, em alguns momententos, uma sensa�o estranha, mas agrad�vel, de filme para adoslescentes dos anos 80. � como voc� disse, h� muito da pr�pria Sophia na sua Antonieta, e, como Sophia era adolescente nos 80, � fant�stico ela conseguir passar isso para o filme.
Beij�o, linda.
Pietro Suassuna
Aninha, me deu vontade de assistir esse filme... parece ser bom mesmo.
E estou no aguardo de outras sugestões rsrs.
Bjs
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